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Channel: Luís Graça & Camaradas da Guiné
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Guiné 63/74 - P16346: Álbum fotográfico de Francisco Gamelas, ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 3089, ao tempo do BCAÇ 3863 (Teixeira Pinto, 1971/73) - Parte VII: No dia em que as motos correram na avenida

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Guiné > Região do Cacheu > Teixeira Pinto > Foto nº 31 > Novembro de 1972 > Corrida de motos na avenida (1)



Guiné > Região do Cacheu > Teixeira Pinto > Foto nº 31 >  > Novembro de 1972 > Corrida de motos na avenida (2)



Guiné > Região do Cacheu > Teixeira Pinto > Foto nº 33 > Novembro de 1972 > Corrida de motos na avenida (3)



Guiné > Região do Cacheu > Teixeira Pinto > Foto nº 32A > Novembro de 1972 > Corrida de motos na avenida (4)


Guiné > Região do Cacheu > Teixeira Pinto > Foto nº 32 > Novembro de 1972 > Corrida de motos  na avenida (5) [Como se depreende da foto nº  31, trata-se de veículos motorizados de 50 cm3]


Guiné > Região do Cacheu > Teixeira Pinto > CAOP1, 35ª CCmds, Pel Rec Daimler 3089, CCS/BCAÇ 3863 (1971/73) (Teixeira Pinto, 1971/73)

Fotos (e legendas): © Francisco Gamelas (2016). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do Francisco Gamelas, ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 3089 (Teixeira Pinto, 1971/73), adido ao BCAÇ 3863 (1971/73) (*).


Francisco Gamelas, que é engenheiro eletrotécnico de formação, quadro superior da PT Inovação reformado, vive em Aveiro, e publicou recentemente "Outro olhar - Guiné 1971-1973" (Aveiro, 2016, ed. de autor, 127 pp. + ilust; preço de capa 12,50 €). Os interessados podem encomendá-lo ao autor através do seu email pessoalfranciscogamelas@sapo.pt. O design é da arquiteta Beatriz Ribau Pimenta, a partir da foto. nº 29. Tiragem: 150 exemplares. Impressão e acabamento: Grafigamelas, Lda, Esgueira, Aveiro.




No dia em que as motos correram na avenida

por Francisco Gamelas


E a gente foi cheganda vestida a rigor,

espalhando-se ordeiramente pela avenida
que ficou cheia antes do sinal da partida.
Já na presença das autoridades militares
o povo aplaudiu, com os seus cantares,
a chegada dos concorrentes. O calor

e a humidade fazia-nos a todos transpirar.

Motas alinhadas e o tiro da partida soou.
Largam a derrapar, mas ninguém capotou.
Trinta voltas à avenida é o total a percorrer.
Num turbilhão, ei-las que passam, a correr.
Cresce, num repente, o teor da poeira no ar.

Quando o trinta se destaca, o povo vibra.

Derrapa o vinte e oito e só pára no chão,
mas logo se levanta sangrando de uma mão.
Ataca o vinte e nove e a mota quase voa.
A do trinta desiste de roncar e já não soa.
Na frente, a do vinte e nove. Mota de fibra.

Ataca o vinte e sete na volta final, decidido,

e, a grande velocidade, emerge da poeira
deitado na mota e ultrapassa, de bandeira,
o vinte e nove, que ensaia o contra-ataque.
Parece resultar, mas, num grande baque,
parte o motor e o vinte e nove é vencido.


Merecido, ganhou o vinte e sete no final.

Feliz, o povo pula e grita entusiasmado,
permanecendo fora da pista, ordenado.
Ordem é ordem e lá estão os comandos,
arma em punho, para evitar desmandos.
A pide vigia, dissimulada. Tudo normal. 

De taça na mão surge o corronel [#], sorridente.
Entrega-a ao ufano concorrente vencedor,

para os vencidos,  medalhas cunhadas a rigor.
Pela segunda vez, no Canchungo, presenciei
uma tão vasta concentração de nativos, e dei
em pensar como este povo parece obediente.

Maio de 2015


In: Francisco Gamelas - Outro olhar: Guiné,  1971-1973. Aveiro, 2016, ed. de autor,  pp. 111-113 (Com a devida vénia...)


[#] Referência ao comandante do CAOP1. o cor pqdt Rafael Durão

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